Recebi mais uma sinalização, como tantas outras que recebo durante o meu dia. Uma menor que acabara de concluir 17 anos, com o 6º ano completo e 3 retenções no 7º.
O pai acompanhou-a, apesar de neste momento estar na vida da sua filha muito esporadicamente, pois tinha havido um processo de divórcio.
Estava desmotivada para continuar a frequentar a sua escola.
Partilhava ela: 'Tenho problemas com os meus colegas' - na conversa percebi que estava a sofrer de pressão, injúrias, adjetivação de características negativas em relação ao seu corpo e personalidade...
Este 'problema' fez com que a jovem, no ano letivo anterior, tenha desenvolvido um estado depressivo, por negação em relação a ela mesma (pouca auto-estima, confiança, segurança, auto-conceito...). Hoje tem acompanhamento pedopsiquiatrico e terapêutico.
Olhei para ela, via-a, aproximei-me e numa conversa de 45' observei que passou de um tremer de pernas inicial constantes, um olhar baixo e discreto, de discurso simples, para um sorriso, uma partilha, um olhar direto e um 'quero'.
Trago esta história, pois no final da conversa o pai partilhou:
- "Antes de virmos hoje aqui, estivemos na escola 'x', entregaram-nos um papel de inscrição para preenchermos em casa e levar noutro dia'.
Sabem...
Tudo o que esta menina precisava era de uns olhos, de uns ouvidos, de um sorriso, de um toque, de algumas palavras e acima de tudo de um sinal de esperança!
Os colegas dela são tão imaturos como certos adultos em determinadas escolas.
Ela gritava por dentro e só precisava de alguém que a conseguisse ouvir em presença!
<3
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